Sempre fui de imaginar diálogos e cenas empolgantes, tudo indo na direção contrária da minha monotonia de sempre. Sonho demais e vivo de menos.
Viver de ilusões pode ser surpreendentemente satisfatório, porém momentâneo. Não existe riscos ou frustrações, e tudo é meio mágico. Mas nada ali é real, te acrescenta ou te preenche de verdade. Talvez o mundo real não me proporcione cenas dignas de filmes, mas acho que eu anseio demais pela vida para deixá-la ir embora sem pegar uma carona pra onde tenha Sol, sorrisos e um som legal.
Coisas incrÃveis acontecem todos os dias, mesmo as coisas não acontecendo sempre do jeito que eu quero, ou mesmo não tendo a trilha sonora ideal. Adiei muitas coisas, uma vida inteira, por esperar que elas acontecessem como no roteiro perfeito que eu havia pré estabelecido. Agora vejo o quão ingênua estava sendo ao esperar que fosse rolar um grande BUUM! Aquele momento mágico e inspirador que as coisas começam a fluir rapidamente depois de uma reviravolta, tipo naquele filme “Solteira Codiciada” Ou qualquer outro que esteja disponÃvel na Netflix.
Esse texto não é só um desabafo, é um contrato. Um compromisso comigo mesma de que a partir de hoje vou escolher a simplicidade e a imprevisibilidade da vida real ao invés da excentricidade e perfeição dos meus pensamentos. E que esse meu excesso de criatividade não será só uma válvula de escape para quando tudo estiver uma merda. Ela será instrumento para iluminar pessoas, lugares e para construir uma realidade melhor para mim. Ok de vez em quando eu vou viver um delÃrio fantasioso, ou um drama ouvindo Tiago Iorc. Mas tenho que conciliar isso. Sonhar e viver.
Sinto que será um desafio e tanto, mas ou eu encaro isso agora ou perco o sono imaginando como seria se eu tivesse tentado. E eu já imagino coisas de mais.
Eu acredito fielmente que grandes mulheres devem ser ouvidas, e se Elis Regina cantou que “ Viver é melhor que sonhar “ eu devo seguir este conselho.
